Cada vez mais brasileiros optam pela locação de automóveis. Uma tendência que ganha força no Brasil, em parte impulsionada pela pandemia. Jamyl Jarrus Jr., Diretor Executivo de Vendas e Marketing da Movida, locadora de capital aberto, é impedido de divulgar números, mas sem receio afirma “A demanda está próxima aos níveis pré-pandemia e até mais forte”.
Os dados divulgados pelo BI Abracorp, referentes ao terceiro trimestre de 2020, confirmam a recuperação do segmento, que até junho apresentava a menor variação negativa em número de diárias (-24,6%) e vendas (-37,5%), aferidas em reais, quando comparadas a igual período do ano passado.
A redução na quantidade (-89,2%), que resultou em perdas nas vendas (-96,1%) dos serviços de tranfer, por exemplo, são bem maiores.
O mesmo ocorreu na quantidade (-75,1%) e na receita das vendas (-81.9%) de bilhetes aéreos para voos nacionais. Para os voos internacionais o contraste é ainda maior: -89,6% na emissão de bilhetes e -93,6% na receita das vendas.
A partir de julho de 2020, mesmo com restrições e muito provavelmente motivada por elas, os brasileiros passaram a procurar mais destinos turísticos de curta duração. “O carro está sendo encarado como o meio de transporte mais seguro e uma parcela das pessoas que deixou de ir ao exterior passou a optar pela locação”, explica o executivo.
Mais dias de locação
Antes da pandemia, o mercado de viagens corporativas já havia feito as contas e percebido as vantagens de substituir a manutenção de frotas próprias pela locação. O mesmo fator atuava na mudança do comportamento de consumo de parcela das pessoas físicas, estimulando assim a substituição do modelo de compra para o aluguel.
Em ambos os mercados – viagens corporativas e de lazer – o home office é outro fator que ajuda a impulsionar a locação de automóveis por um maior número de dias. Ao mesmo tempo em que pessoas físicas em home office conseguem estender os finais de semana, antecipando viagens realizadas a um raio de 100 ou até 200 quilómetros de casa, o maior tempo de permanência de um viajante a negócios entre São Paulo e Rio de Janeiro ou Curitiba, por exemplo, também tem contribuído com o aumento no número de dias de locação. “Quem antes estava na ponte-aérea e locava o carro por um ou dois dias, hoje otimiza sua viagem permanecendo uma semana ou até dez dias no destino visitado”, revela Jarrus Jr.
A mudança de comportamento de consumo alcança diferentes perfis de renda, que encontram mais empatia com marcas inovadoras. Por isso, o pioneirismo em ofertar automóveis de várias cores, além das tradicionais cores prata e branca; criar a modalidade mensal flex, que assegura descontos progressivos quanto mais dias a pessoa física permanece com o carro locado, entre outras iniciativas inéditas, proporcionam vantagens competitivas à Movida.
Iniciativas inéditas, que somadas a outras, cativam diversos segmentos e nichos de mercado, entre os quais estão os mais jovens e consumidores que substituem o transporte de massa pela locação de baixo custo. “Fomos também os primeiros a incluir a locação de marcas Premium, como A4 e Mercedes, já disponíveis em todas as nossas lojas no Brasil. Lançaremos, em parceria com a Nissan, a locação dos primeiros carros elétricos”, antecipa, “proporcionando a todos os nossos clientes sempre elevado padrão de produtos e serviços”, conclui.
No Brasil a demanda por locação corresponde a 20% do mercado potencial e a depreciação do valor do carro, que está muito mais próxima dos cenários existentes nos EUA e na Europa, abre oportunidade para novos negócios em todos os canais de distribuição.